Como evitar o desperdício na área de saúde
O setor de saúde brasileiro é um grande desperdiçador de recursos, mesmo em tempos de dinheiro escasso. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil tem uma estimativa de perda de 20% a 40% na área. Em setor privado o desperdício de 20% representa, em dinheiro, R$27 bilhões. Se formos comparar só os exames de ressonância magnética e tomografia com outros países, o desperdício – em excesso – ultrapassa R$3 bilhões.
As oportunidades para aumentar a eficiência do sistema são inúmeras. O problema é o modelo, que não incentiva a qualidade. Enquanto se faz uma reflexão sobre o novo modelo, é possível implantar pequenas ações que certamente irão contribuir com a grande e esperada mudança.
Segundo a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos. A entidade ainda cita que 55% das prescrições de antibióticos seriam cientificamente desnecessárias. Medicamentos caros são frequentemente usados quando há opções mais baratas e igualmente eficazes. Uma boa saída é ter uma auditoria mais focada na qualidade da assistência, subsidiando a equipe de auditoria com indicadores da instituição e análises comparadas.
De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES), no Brasil, há mais de 4,5 mil mamógrafos. No entanto, segundo publicação do site do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), somente 113 mamógrafos têm o respeitado selo da entidade. Seria essa uma das razões pela qual descobrimos os cânceres já avançados?
No caso de hospitais, menos de 5% têm algum tipo de certificação. As operadoras investem em demasia em seus próprios sistemas e são raras as iniciativas compartilhadas entre as mesmas. Pensar em melhorar a qualidade na assistência à saúde, dando subsídios à rede de prestadores de serviços, agregaria uma entrega com melhor valor integrado em saúde.
Todos os participantes do sistema de saúde podem utilizar melhor o dinheiro gasto em saúde. E quem ganha com isso? As pessoas, que teriam melhor qualidade de vida. As empresas, que reduziriam absenteísmo e presenteísmo e, com isso, aumentariam a produtividade. Os planos de saúde e prestadores de serviços, que entregariam saúde com mais qualidade à população com recursos para investimentos no setor.
Foto: GestQual
Fonte: Saúde Business