Nanosensor será capaz de detectar câncer antes dos sintomas
O principal encontro nanotecnológico do país, a NANO TRADESHOW e a Conferência Internacional de Nanotecnologia e Inovação, terá como sede a cidade de São Paulo durante os dias 13 e 15 de outubro. Diversas startups e institutos de pesquisa participarão apresentando soluções nano para vários setores.
Em paralelo ao evento, a Conferência contará com palestrantes e pesquisadores do mundo todo, dentre eles Priscila Monteiro Kosaka, 35 anos, brasileira, doutora em química e integrante do Instituto de Microeletrônica de Madri, na Espanha, que recentemente anunciou o desenvolvimento de um nanosensor híbrido mecânico e optoplasmônico que pode contribuir e muito com o tratamento do câncer, pois detecta a doença antes de qualquer sintoma surgir e sem biópsia ou outros procedimentos invasivos.
A tecnologia desenvolvida pela brasileira é capaz de identificar o biomarcador da doença. Dessa forma, ao ser usado em uma amostra de sangue de um paciente que tenha câncer, o sensor captura a proteína biomarcadora. O resultado é visível pela mudança de cor no sensor. A técnica também se mostrou eficaz e segura com taxa de erro de 2 a cada 10 mil casos. Segundo a cientista, a previsão é que o nanosensor esteja no mercado em até dez anos. A expectativa é que ele também seja aplicado para identificar hepatites e testar sua eficiácia para biomarcadores da doença de Alzheimer.
Durante sua palestra, a cientista explanará sobre um dos pontos chave para atingir este objetivo, e o quanto a nano é uma tecnologia capaz de detectar com elevada reprodutibilidade concentrações ultrabaixas destes biomarcadores de proteína segregados pelo tumor para o fluxo de sangue e que coexistem com outras mais de 10.000 proteínas do plasma sanguíneo, algumas delas em concentrações 12 ordens de magnitude mais elevadas.
A técnica foi provada com dois biomarcadores de câncer: o antígeno carcinoembrionário (CEA) e do antígeno prostático específico (PSA), que estão atualmente em uso clínico para o diagnóstico, a monitorização e prognóstico de câncer de cólon e próstata, respectivamente. Um limite de detecção de 1 × 10-16 g mL-1 em sérum foi alcançado com ambos biomarcadores, que é, pelo menos, sete ordens de magnitude menor do que o conseguido nos ensaios clínicos atuais.
A utilização de dois mecanismos diferentes de transdução em uma única plataforma permite determinar a presença de uma proteína com elevada significância estatística. Estes atributos indicam que este dispositivo híbrido mecânico e optoplasmônico pode ser útil no desenvolvimento de tecnologias capazes de detectar o início do câncer com um simples exame de sangue.
Imagem:http://www.nanotradeshow.com.br/