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Necessária para o ‘novo normal’, Indústria 4.0 depende de gestão dos dados e da informação

- Sofis Tecnologia

Quem ainda não está acostumado com a expressão “Indústria 4.0” é melhor se preparar. Daqui para frente será uma estratégia fundamental às empresas de diferentes setores. Afinal, a transformação digital é trajetória sem volta em busca da personalização e criação de experiências únicas na oferta de produtos e serviços, por meio de plataformas digitais. Assim, a utilização do Big Data e da Inteligência Artificial (IA), com análise de grande volume de dados e utilização de algoritmos para tomada de decisão, permite que a Indústria 4.0 deixe de ser realidade e passe a ser necessidade, para as empresas que querem se manter competitivas em um mercado em profunda transformação – principalmente após a pandemia de covid-19.

Podemos considerar os conceitos de big data, IA e internet das coisas (IoT) como os principais elementos dos building blocks (blocos de construção), que compõem a Indústria 4.0. É por meio de ferramentas de análise de dados, algoritmos, agentes inteligentes e máquinas cognitivas que os processos produtivos são executados cada vez mais sem a interferência humana. A aplicação deles no dia a dia da empresa possibilitará a busca pela automação completa, ou seja, as máquinas e os dispositivos poderão tomar decisões rápidas, com confiabilidade e com um grande volume de evidências ou dados. Assim, a execução de tarefas é automatizada por máquinas e algoritmos que serão aprimorados continuamente a partir da grande quantidade de dados.

Portanto, não é exagero dizer que a gestão dos dados e da informação é o que suporta a transformação digital das empresas, de acordo com o movimento da Indústria 4.0. O avanço do novo coronavírus reforçou essa importância, uma vez que tanto as organizações quanto as pessoas passaram a utilizar canais e plataformas digitais em diferentes transações, acelerando hábitos de consumo, que certamente devem aumentar no “novo normal”. O surgimento de novos modelos de negócios, com o avanço da análise dos dados digitais já é uma realidade, que o ambiente corporativo deve incorporar em sua estrutura se quiser permanecer competitivo e com diferenciais que atendam às demandas cada vez mais personalizados de seu público.

É uma mudança que impacta até mesmo a forma como os gestores trabalham. Os tomadores de decisão ainda consideram a intuição e a experiência como os principais elementos no processo decisório. Dessa forma, as evidências, projeções e simulações que os dados e as informações podem trazer, melhorando a qualidade das decisões, ficam em segundo plano. É um erro, uma vez que a coleta de dados por meio de sensores IoT, dos canais transacionais, das redes sociais, dos fornecedores e de outras fontes pode permitir que as decisões sejam tomadas pelas máquinas de forma precisa e rápida. Aos humanos, cabe tomar as decisões que necessitam de análise mais crítica quanto a risco, valores e a ética sobretudo baseados na consciência.

É um desafio sem dúvida, mas a maioria das empresas brasileiras já se encontra na fase de digitalização dos seus processos, por meio da implantação de sistemas e soluções, como os ERPs (softwares de gestão empresarial) e outros transacionais. Contudo, ainda são poucas as que estão implementando a robotização de processos e automação para os processos autônomos, com a utilização de big data e IA. Ou seja, o nível de maturidade de transformação digital na indústria brasileira ainda está aquém da média mundial, que certamente impactará a competitividade nesta década.

Uma das soluções para a melhoria da maturidade em busca da indústria 4.0 é buscar a capacitação de profissionais que atuam na área, permitindo que o conceito entre de vez no dia a dia das empresas. Hoje, o tema já é abordado em vários cursos de pós-graduação com ênfase em diferentes áreas, como eletrônica embarcada, engenharia de qualidade, cibersegurança, big data, inteligência artificial e machine learning, entre outros. As melhores instituições de ensino superior permitem a especialização em conhecimentos e habilidades que suportem esse movimento e abram o caminho da Indústria 4.0 dentro das empresas. Assim, haverá a melhoria contínua dos processos, da produtividade e, principalmente, da geração de valor e experiência de consumo desejada pelos clientes, suportados pelo desenvolvimento das competências essenciais aos profissionais do século 21.

Nivaldo Tadeu Marcusso é coordenador de pós-graduação lato sensu dos cursos de Engenharia e TI do Centro Universitário Salesiano de São Paulo.

*Fonte: CIO.

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