A LGPD foi aprovada. Mas e na prática, está funcionando?
A Lei Geral de Proteção de Dados, de Nº 13.709, em vigor desde setembro deste ano, visa incluir o Brasil na lista dos 120 países com legislação específica em relação à segurança de dados pessoais. Na prática, a nova lei irá mudar a operação dos negócios em relação à coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamentos de dados pessoais, por meio de regras mais rígidas e estabelecimento de multas para as organizações que descumprirem. Mas será que tudo isso já está em vigor mesmo?
As empresas já estão muito bem encaminhadas na parte de estruturação das questões de formalização jurídica, de comunicação e alinhamento sobre o que é e como os profissionais devem agir a partir de agora. Mas, na realidade, se você pegar o login e senha do funcionário A, por exemplo, será que ele já sabe que não deve acessar dados da empresa ou continuam vendo a mesma coisa, tendo acesso às mesmas informações?
O problema maior com a chegada da LGPD é observar se ela é eficaz apenas no papel, ou se quando partimos para a prática, vemos mudanças também. O que os CEOs devem analisar é se essa modificação está funcionando. Se os serviços estão centralizados, se as regras permitidas pelo LGPD estão de fato sendo exercidas e se a empresa tem soluções que agreguem todo esse conjunto. Criar repositórios centralizados de dados, seja um para a empresa toda ou por determinada área (marketing, logística, contabilidade), que possa saber hora, minuto e segundo que cada funcionário acessou e o conteúdo visto, é o melhor caminho para executar a nova lei de proteção das informações.
Um grande desafio que muitos empresários têm enfrentado, sem dúvida, é o de readequar todo seu parque tecnológico. Claro que, houve um tempo para se adequar, mas não foi o suficiente para que todas as empresas criassem uma cultura interna de proteção de dados e, também, capacitasse funcionários que entendam de tecnologia para os novos modelos.
A pandemia aproxima as empresas da tecnologia – No estouro da pandemia, surgiu uma pílula chamada coronavírus, que muitos empresários tiveram de tomar para ver a importância de ter dados na nuvem. Antes, muitas pessoas não concentravam os dados da empresa em nuvem e acabaram tendo prejuízos que se alastram até hoje.
A dica valiosa para CEOs é procurar uma consultoria tecnológica para verificar se a LGPD está sendo usada corretamente e garantir que tudo está dentro da lei, pois quem descumprir pode pagar multas altíssimas e ter prejuízos alarmantes.
*Mario Takami é CEO na IN10, com mais de 10 anos de experiência em Business Intelligence e Analytics em Big Data, formado e pós graduado em Direito
Fonte: CIO.