Apenas 1,6% da população brasileira doa sangue regularmente; uma doação pode salvar até quatro vidas
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil 1,6% da população brasileira é doadora de sangue.
Apesar do número estar dentro dos parâmetros mínimos da Organização Mundial da Saúde (de pelo menos 1% da população doadora), no final do ano os estoques de sangue diminuem, o que pode colocar em risco a vida de milhares de pessoas que utilizam sangue e outros hemoderivados para o tratamento de doenças, cirurgias ou no caso de acidentes. A média ainda está aquém dos 3% considerados ideal pela OMS.
“Nesses meses de encerramento e início de ano, as pessoas costumam se ocupar nas festas e viagens de férias, ocasionando diminuição dos números das doações, porém a necessidade de transfusões permanece”, explica o presidente da ABHH, Dr. Dante Langhi Júnior. Segundo levantamento do estoque da Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, dos oito tipos de sangue, cinco encontram-se em situação crítica.
Cerca de 3,3 milhões de pessoas doaram sangue e contribuíram para aproximadamente 2,8 milhões de transfusões sanguínea no país somente em 2017, segundo o Ministério da Saúde. A maioria de homens (60%) e jovens entre 18 e 29 anos (42%). “É importante conscientizar as pessoas que a doação de sangue é um ato totalmente altruísta e de cidadania”, explica o presidente da ABHH.
Uma doação, quatro vidas salvas:
Após a coleta, os hemocomponentes podem ser separados em quatro partes: hemácias; plaquetas; plasma; e crioprecipitado. Cada uma pode ser usada de forma separada de acordo com a necessidade do paciente.
Como doar:
No Brasil há 32 hemocentros e 2.034 serviços de hemoterapia, incluindo hemocentros regionais, núcleos de hemoterapia, unidades de coleta e transfusão, central de triagem e laboratorial de doadores. Para doar é necessário pesar mais de 50 kg, ter entre 16 e 69 anos e estar descansado. Em relação à alimentação, é preciso estar bem nutrido, com refeições leves e não ter ingerido bebidas alcoólicas pelo menos 12h horas antes da doação.
Homens podem doar quatro vezes ao ano com intervalo mínimo de dois meses entre uma doação e outra, e mulheres podem doar até três vezes com periodicidade de 90 dias.
Doar é seguro:
O volume de sangue coletado é baseado no peso e na altura do doador para evitar qualquer problema. O organismo também repõe todo o volume de sangue doado nas primeiras 24h após a doação. Além disso, todos os materiais são descartáveis e de uso único, impossibilitando qualquer risco de contaminação durante o procedimento.
Para o receptor, a partir da implementação do teste NAT em 2014 com forte participação da ABHH, o processo para receber o sangue tornou-se mais seguro. Doenças como HIV e Hepatites B e C são detectadas pelo procedimento que tem capacidade de identificar se a pessoa está contaminada mesmo que haja um curto período entre o dia de contaminação e a doação.
Fonte: Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular