Os gastos mundiais com TI devem crescer 4,3% em 2023, segundo estimativa do Gartner. A expectativa é de que esse crescimento represente um total de US$ 4,7 trilhões no ano. Esse aumento, na análise da consultoria, seria decorrente da transferência dos gastos com talentos de TI para tecnologias que permitem automação. A ideia dos CIOs, de acordo com o Gartner, é impulsionar o crescimento em escala com menos funcionários.

“As transformações dos negócios digitais estão começando a mudar”, diz John-David Lovelock, vice-presidente e analista do Gartner. “Os projetos de TI estão trocando de foco, de entregas voltadas para o exterior, como receita e experiência dos clientes, para esforços mais voltados para em aspectos internos, focados na otimização.”

O segmento de software deve ter um crescimento de dois dígitos em 2023, à medida que as organizações aumentarem a utilização e realocarem os gastos para espaços que suportam o ganho de eficiência, como aplicativos de planejamento de recursos empresariais (ERP) e gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM). Os aumentos nos preços dos fornecedores também continuarão a impulsionar os gastos com software ao longo deste ano.

O Gartner, entretanto, destaca que os investimentos em dispositivos seguirão um caminho inverso, devendo cair 8,6% em 2023 devido ao impacto contínuo da inflação no poder de compra dos consumidores.

“O segmento de dispositivos está passando por um dos piores anos de crescimento já registrados”, diz Lovelock. “Mesmo que a inflação diminua ligeiramente em algumas regiões, os fatores macroeconômicos ainda impactam negativamente os gastos discricionários e prolongam os ciclos de atualização de dispositivos. Não se espera que os gastos com dispositivos se recuperem para os níveis de 2021 até pelo menos 2026.”

Embora a Inteligência Artificial Generativa seja a principal preocupação de muitos líderes, ela ainda não está afetando significativamente os níveis de gastos com TI. A longo prazo, a ferramenta será incorporada principalmente às empresas por meio de gastos existentes.

“O melhor canal de Inteligência Artificial Generativa para o mercado é por meio de software, hardware e serviços que as organizações já estão usando”, complementa Lovelock. “Todos os anos, novos recursos são adicionados a produtos e serviços de tecnologia como complementos ou atualizações. A maioria das empresas incorporará a tecnologia de maneira lenta e controlada por meio de atualizações de ferramentas que já estão incorporadas aos orçamentos de TI”.

Lovelock acrescenta que, para este ano, em se tratando de Inteligência Artificial, as organizações podem prosperar sem contar com essa tecnologia na produção, mas lembra que elas não podem ficar sem uma história e uma estratégia.

Fonte: It Forum